145 Pais e filhos, filhos e o Pai.
Leitura Bíblica
“Entretanto, uma vez que você insultou o SENHOR, o menino morrerá”. Depois que Natã foi para casa, o SENHOR fez adoecer o filho que a mulher de Urias dera a Davi. E Davi implorou a Deus em favor da criança. Ele jejuou e, entrando em casa, passou a noite deitado no chão. Os oficiais do palácio tentaram fazê-lo levantar-se do chão, mas ele não quis e recusou comer. Sete dias depois a criança morreu. Os conselheiros de Davi ficaram com medo de dizer-lhe que a criança estava morta e comentaram: “Enquanto a criança ainda estava viva, falamos com ele, e ele não quis escutar-nos. Como vamos dizer-lhe que a criança morreu? Ele poderá cometer alguma loucura!”
Seus conselheiros lhe perguntaram: “Por que ages assim? Enquanto a criança estava viva, jejuaste e choraste; mas, agora que a criança está morta, te levantas e comes!” Ele respondeu: “Enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei. Eu pensava: Quem sabe? Talvez o SENHOR tenha misericórdia de mim e deixe a criança viver. Mas agora que ela morreu, por que deveria jejuar? Poderia eu trazê-la de volta à vida? Eu irei até ela, mas ela não voltará para mim”.”
(2 Samuel 12.14-18, 21-23 NVI)
O texto bíblico é apropriado para os pais. A Bíblia tem vários exemplos de pais, mas eu creio que poucos são tão marcantes e humanos quanto o de Davi.
O reinado de Davi é narrado nos livros de Samuel 1 e 2. Desde sua escolha até sua morte, passando pela perseguição antes de sua coroação e as batalhas para consolidar o Reino.
A vida de Davi, conforme narrada na Bíblia, é cheia de exemplos de superação, quedas e reconstrução. Nesses aspectos, Davi tinha uma vida semelhante à vida da maioria de nós hoje.
Davi não foi um “santo”, no sentido de sempre ter fez tudo corretamente. Também não passou por uma experiência marcante e transformadora, depois da qual ele largou tudo e foi viver uma vida espiritual, dedicada à bondade e a Deus.
Davi viveu entre idas e vindas, debaixo do julgo divino. Acertando e errando, pedindo perdão e aprendendo, e tornando a errar. Dessa forma nos oferece uma das narrativas mais ricas deixadas por Deus.
Se a sua história como líder de Israel é bem documentada na Bíblia, a sua como pai e chefe de família não tem tanta relevância. A mensagem dos livros de Samuel não é falar de Davi, mas, sim, de Deus através da vida de Davi em Israel e, talvez, por isso, as passagens onde Davi é mostrado como pai não tenham tanta relevância.
Não têm tanta relevância, mas têm conexão. Ambas estão conectadas ao pecado de Davi – ter tramado a morte de um inocente para ficar com sua esposa – e ambas mostram o coração piedoso e amargurado de um pai que perde um filho.
“O rei ordenou a Joabe, a Abisai e a Itai: “Por amor a mim, tratem bem o jovem Absalão!” E todo o exército ouviu quando o rei deu essa ordem sobre Absalão a cada um dos comandantes.” (2 Samuel 18.5)
“Então o rei, abalado, subiu ao quarto que ficava por cima da porta e chorou. Foi subindo e clamando: “Ah, meu filho Absalão! Meu filho, meu filho Absalão! Quem me dera ter morrido em seu lugar! Ah, Absalão, meu filho, meu filho!”” (2 Samuel 18.33)
Talvez Deus tenha mantido o texto para mostrar que ele não poupa ninguém do sofrimento, nem mesmo um de seus campeões. Talvez Deus tenha mantido o relato de Davi até hoje na Bíblia para servir de exemplo e mostrar como erros cometidos no passado se propagam e têm consequências muitos anos depois. Talvez tenha sido para mostrar como ele espera que um pai se comporte face à traição do filho. Não sabemos.
O fato é que ela se mantém atual, atemporal.
Até hoje filhos se rebelam contra os pais pelos mais diversos motivos, causando dor e sofrimento nas famílias.
Ontem e hoje pensei sobre isso. Pensei também sobre as vezes que eu me rebelei contra meu pai – foram algumas – e pelos motivos mais tolos. Hoje, vendo meus filhos, eu me recordo da minha adolescência e acho graça dos “problemas” e “complicações” que criava com meu Pai.
Penso ainda no meu Pai celeste, e me lembro de quantas vezes me rebelei e questionei sua vontade. Quantas vezes, deliberadamente, escolhi seguir outro caminho por orgulho, teimosia e autoconfiança em excesso.
Olhando agora para o passado, percebo quantas vezes eu agi como Absalão, deixando meu pai angustiado e sem alternativas.
Depois de muito pensar, eu peço que Deus não permita que eu volte a me comportar assim e que minha postura seja muito mais dócil e resignada aos desígnios dele.
Oremos
Pai querido, dou-te graças e te louvo pelo que tu és e representas.
Agradeço-te por mais essa semana que se inicia e te peço, Pai, que nos protejas e guardes. Que tu nos ilumines e nos dês sabedoria.
Que teu rosto se volte para nós e nos dês tua bênção.
Em nome de Jesus.
Amém.
Autor: Shailon Ian
Amém
ResponderExcluirAmém, Deus seja louvado.
ExcluirGostei da narrativa, quanto aprendi.
ResponderExcluirFantástico, amém
ResponderExcluir"Depois de muito pensar, eu peço que Deus não permita que eu volte a me comportar assim e que minha postura seja muito mais dócil e resignada aos desígnios dele."
ResponderExcluir😥🙏
Amém.
AMÉM
ResponderExcluirPara quê comentar quando a meditação é tão assertiva. Obrigado meu irmão e amigo Shailon Ian!🙏👌🇵🇹😟
ResponderExcluirMaravilhosooooooo. Amém
ResponderExcluirAmém 🙌🙏
ResponderExcluir